domingo, 30 de setembro de 2012

Nível do mar: o corpo está adequado à pressão atmosférica e ao volume de oxigênio no ar. Tudo funciona normalmente. 

2 500 m: as primeiras alterações, como dor de cabeça e cansaço, são sentidas nesse estágio. Não são motivos de muita preocupação. 

2 800 m: lentidão, falta de apetite, prostração, náusea e fadiga - o mal das montanhas atinge a maioria dos aventureiros. 

3 000 m: os edemas pulmonares e cerebrais viram caso sério desse patamar para cima. O problema demora até quatro dias para dar as caras. 

5 000 m: o aproveitamento de OB cai pela metade. A sensação se assemelha à ressaca, sobretudo pela moleza e pelo cansaço. 

5 500 m: o corpo não se adapta totalmente às condições do local. Ficar muito tempo por aqui causa sérias encrencas. 

6 500 m: praticamente não há umidade ou pressão. Outro chabu é o sol: os raios podem causar queimaduras bem graves. 

8 000 m: chamada de zona da morte, é impossível suportar as adversidades por mais de dois ou três dias nessa região.

Fontes: Eduardo Vinhaes, médico hipo/hiperbarista; Claudio Pavanelli, fisiologista do Clube de Regatasdo Flamengo e diretor da Beone; Thais Russomano, médica aeroespacial e coordenadora do Centro de de Microgravidade da Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Atenção fanáticos por pães, massas e cervejinha: se for portador da doença celíaca, vai ter que mudar as preferências. Isso mesmo. O glúten está presente no trigo e também na aveia, centeio, cevada, malte e nos derivados de cada um deles. Integram esse abundante grupo os pães, massas, cerveja, uísque e uma infinidade de produtos industrializados que contêm glúten em suas fórmulas. 

Em 1992 foi instituída uma lei no Brasil estabelecendo que todos os produtos alimentares que possuem algum desses itens em suas fórmulas deviam trazer na embalagem a inscrição "contém glúten". Em 2003, outra lei determinou que qualquer produto alimentício deve exibir na embalagem a indicação "contém glúten" ou "Não contém glúten". O problema é que a legislação ainda não está sendo cumprida à risca, pois muitas indústrias não possuem tecnologia para realizar exames nos alimentos que identifiquem a presença ou ausência da proteína. 

Na tentativa de disponibilizar essa tecnologia e viabilizar a sinalização dos produtos como pede a lei, o departamento de gastrenterologia da Unifesp montou um laboratório que realiza essa medição. "É um trabalho pioneiro no Brasil, que faz a detecção do glúten em qualquer alimento", explica Vera Lúcia Sdepanian, autora da tese de doutorado que resultou na criação do laboratório, em 1999. Assim, as indústrias enviam seus produtos para serem analisados. Se você está pensando em levar um alimento de casa para testar, desista, o laboratório não é aberto ao público em geral.

sábado, 29 de setembro de 2012

Quem recebe o diagnóstico desse problema gastrointestinal sai do consultório do médico sabendo que, a partir desse momento, terá que riscar totalmente da dieta alimentos com glúten, uma proteína presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada e em seu derivado, o malte — além de qualquer receita que contenha algum deles. "Nos portadores de doença celíaca, a substância provoca danos na parede do intestino delgado, impedindo a absorção de nutrientes como vitaminas e água", explica Vladimir Schraibman, gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Por isso, se essas pessoas ingerirem glúten, mesmo que em pequenas quantidades, vão sofrer com diarreia crônica ou prisão de ventre, inchaço, flatulência, irritabilidade e pouco ganho de peso", conta Schraibman. 

Mas existe uma turma de celíacos que segue à risca a restrição alimentar e, mesmo assim, de uma hora para a outra começa a apresentar erupções na pele que, a princípio, lembram picadas de inseto e em pouco tempo viram bolhas que ardem e coçam bastante. Em alguns casos, elas são acompanhadas pelos sintomas gástricos. "Trata-se de uma variante da doença celíaca chamada de dermatite herpetiforme e que também é desencadeada pela presença do glúten", explica Péricles Marques, presidente da Associação dos Celíacos do Brasil.

Pergunta: se esses indivíduos cortaram totalmente essa proteína do cardápio, como ela provocaria o quadro? "Por meio de cosméticos com ingredientes derivados da substância na sua formulação", responde a dermatologista Erica Monteiro, do Centro de Cosmiatria do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Isso também pode acontecer com gente que nem desconfia que é intolerante e, assim, não faz nenhuma ligação entre o aparecimento das marcas na pele com o contato com o glúten. E muito menos com o uso desses produtos.

No entanto, mais difícil do que descobrir que essa molécula causa bolotas e afins na pele é saber em que cosméticos ela está presente. A proteína pode ser usada em fórmulas para o tratamento do corpo, do rosto, dos lábios e dos cabelos, mas os fabricantes nem sempre declaram de forma direta a presença dela e utilizam apenas uma nomenclatura muito técnica para descrever o que há dentro da embalagem. Foi o que descobriu um estudo realizado na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, um dos trabalhos apresentados no último congresso do Colégio Americano de Gastroenterologia, realizado recentemente em Washington, também na terra do Tio Sam.

Os pesquisadores americanos chegaram a essa conclusão depois de buscar a palavra glúten ou a expressão livre de glúten no site das dez maiores companhias de cosméticos do país. Além disso, procuraram dados sobre os ingredientes dos produtos em um site independente. A investigação revelou que apenas duas das empresas ofereciam informações detalhadas sobre o que é usado em suas fórmulas. E, mesmo assim, os experts não conseguiram identificar as fontes da proteína com a ajuda da web. Ou seja, se para os especialistas é um desafio saber em quais itens havia ou não glúten, imagine para os leigos.
DIFERENTES JEITOS DE FAZER O CAFÉ
Prensa francesa
Coloca-se o pó no recipiente de vidro e, em seguida, a água quente. Depois, é só tampar com o filtro. Em alguns minutos o pistão deve ser pressionado para separar o pó da bebida já pronta.
Italiano
O pó é disposto no centro da cafeteira, que vai para o fogão. Ao entrar em ebulição, a água pressiona a bebida para a parte superior do equipamento. Também não se usa filtro.
Espresso
O café sofre uma pressão de água a 90 °C. A bebida ganha maior teor de compostos bioativos, como antioxidantes, mas também de itens que elevam o colesterol, por causa da ausência de filtro.
Turco
Quando a água começa a ferver na cafeteira turca, ela é tirada do fogo. Aí, entra o pó. A mistura é levada novamente ao fogo, mas só até a fervura ter início. Repete-se o processo três vezes.
Com coador
O pó é colocado em um filtro de papel ou pano. Depois, despeja-se água quente por cima. Assim, é possível reter as substâncias que causam o aumento do colesterol.

TRUQUES PARA APROVEITAR AS PROPRIEDADES DO CAFÉ
O melhor pó
A cor deve ser marrom-clara, parecida com a de chocolate ao leite. Isso porque o pó muito escuro indica que o café foi submetido a altas temperaturas por tempo prolongado, o que destrói seus compostos benéficos. 
Armazenamento
Depois de abrir a embalagem, coloque-a em um recipiente plástico hermético. Guarde em um local fresco ou, de preferência, na geladeira. Antes de repor o pó, lave bem o pote — este deve ser de uso exclusivo do café. Evite misturar o resto de um produto com um conteúdo novo. 
Qualidade da água
Se ela tiver bastante cloro e impurezas, o sabor é prejudicado. Então, opte por água filtrada ou mineral. Procure não deixá-la ferver, já que isso leva à perda de oxigênio e, como consequência, a um gosto desagradável. E, quanto maior o tempo em que o pó ficar em contato com o líquido, mais antioxidantes na sua xícara.
Na garrafa térmica
O correto mesmo é bebericar o café logo após o preparo. O motivo? A bebida começa a sofrer oxidação logo em seguida. Se for armazená-la na garrafa térmica, tente consumi-la em até 1 hora. Lembre-se de sempre higienizar o recipiente com água fervente.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Quando se afirma que o café é a bebida mais popular em território verde-amarelo, acredite, não é mera força de expressão. Na última Pesquisa de Orçamentos Familiares divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi constatado que o brasileiro toma de 4 a 5 xícaras todos os dias, o que leva o líquido à base do fruto do cafeeiro a liderar a lista que avalia a média de consumo per capita de vários alimentos. Só para ter uma ideia, o feijão e o arroz, outros itens comuns à nossa mesa, ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. No resto do mundo, o consumo também surpreende. Enquanto aqui cada pessoa ingere cerca de 6 quilos do grão por ano, em países nórdicos, como Finlândia, Noruega e Dinamarca, esse número chega aos 13 quilos anuais.

Aqueles que cultivam esse hábito mandam para dentro do organismo uma série de substâncias. Entre elas sobressai a cafeína, célebre por sua ação estimulante. Mas o que aparece em maior quantidade no pequeno grão são os ácidos clorogênicos, compostos antioxidantes. A xícara ainda concentra vitamina B3 e minerais como potássio, manganês e ferro. Tal combinação vem à tona constantemente nos laboratórios de cientistas planeta afora. No universo das pipetas e buretas, ela não é uma unanimidade. "Porém, a maioria dos estudos confirma seus benefícios", diz Adriana Farah, cientista do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz Carlos Trugo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fato é que o pretinho básico de todas as manhãs segue gerando contradições — as mais curiosas você conhece abaixo.

Na mira da ciência
Veja outros estudos recentes que avaliaram o impacto da bebida na saúde

Fertilidade
Segundo cientistas do Hospital Universitário Aarhus, na Dinamarca, mais de cinco doses diárias de café reduzem em 50% a chance de sucesso no tratamento de fertilização. "Ainda não há estudos clínicos comprovando o efeito", avalia Adriana Farah. "Mas alguns trabalhos relacionam um alto consumo de cafeína, como acontece nos países nórdicos, à malformação fetal", completa.

Câncer de pele
Depois de acompanhar mais de 110 mil pessoas por 20 anos, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que o café está inversamente associado ao tipo mais comum de tumor de pele. "Qualquer alimento antioxidante, caso do café, pode auxiliar na prevenção. Mas é cedo para indicá-lo com essa finalidade", analisa a dermatologista Flávia Addor, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


O fisiologista Thomas Gunnarsson criou, junto com parceiros da Universidade de Copenhague, o método batizado de 10-20-30, composto de períodos de passadas bem aceleradas intercaladas com trotes leves (entenda exatamente no que ele consiste abaixo). A ideia original era incrementar o resultado em provas - o que, diga-se de passagem, de fato ocorreu. "Mas, além de os voluntários diminuírem em quase um minuto seus tempos em uma corrida de 5 quilômetros, eles apresentaram menores índices de colesterol e pressão sanguínea", destaca Gunnarsson. "Os resultados são surpreendentes em especial porque os participantes já eram treinados. Acreditamos que a variação de intensidade seja a responsável pelos benefícios", conclui. 

Não é para qualquer um 

Quem pode Indivíduos com preparo no mínimo moderado e que tenham sido avaliados recentemente por um especialista. 

Quem não pode Obesos e sedentários. Eles devem consultar um médico do esporte e pegar leve por meses antes de apostar na tática. 

Como o 10-20-30 funciona
Um cronômetro é tudo de que você precisa para adotar a prática. Confira abaixo 

1. O aquecimento Antes de tudo, corra numa boa por 1 quilômetro. Isso deixa os músculos prontos para aguentar o tranco. 

2. O revezamento Após esquentar, trote devagar por 30 segundos, corra em ritmo moderado por 20 e, aí, dê um pique por dez. Repita cinco vezes e, então, descanse por dois minutos. A proposta é fazer tudo isso quatro vezes, o que dá cerca de 28 minutos de malhação.

terça-feira, 25 de setembro de 2012


A recomendação de exercícios físicos deveria ser encarada como um remédio", enfatiza Patrícia Lobato, consultora da rede de academias Companhia Athletica. Com esse foco, a empresa criou o programa Médico Ativo, que conta com o apoio do Hospital Samaritano de São Paulo. Funciona assim: após ser diagnosticado com diabete, por exemplo, o indivíduo recebe uma espécie de prescrição do médico sobre os exercícios mais recomendados para lidar com o excesso de açúcar no sangue. O doutor ainda informa eventuais restrições e cuidados especiais a serem tomados. Com a receita em mãos, a pessoa tem direito a uma semana de treinamento grátis na Cia Athletica. E ganha desconto, se optar pelo chamado programa 100, em que se paga por 100 dias de musculação, mais avaliações físicas e acompanhamento nutricional.

Os educadores físicos envolvidos no projeto são especialmente capacitados para lidar com vítimas de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e o próprio diabete. Além disso, por meio de um smartphone, o aluno da academia consegue mostrar ao seu médico detalhes do treino. Aliás, dá até para o doutor receber um relatório com os progressos de seu paciente, caso esse autorize, claro. "Acompanhado, ele se sente seguro e motivado para realizar as atividades", afirma Luiz de Luca, superintendente corporativo do Hospital Samaritano

Olha só quem aceitou o desafio de participar do Medida Certa no Fantástico: Ronaldo Fenômeno. 

Durante três meses, você vai acompanhar os esforços de Ronaldo para melhorar a saúde e perder a barriga. 

“Porque eu tenho essa relação péssima com a balança. É um trauma. Eu tenho pavor”, confessa o Fenômeno. 

Ronaldo Fenômeno no Medida Certa! O dia a dia de um ídolo na luta para entrar em forma. “Já passei por muitos desafios e acredito que esse também não será fácil, afinal quem já tentou emagrecer sabe como é preciso dedicação. Mas estou encarando tudo de uma forma bem humorada para perder alguns quilos e voltar à forma”, ele diz.















Será que ele consegue chegar lá? É o que você vai ver a partir deste domingo (23/09), no Fantástico. 

Durante três meses, Ronaldo vai se submeter a um programa de exercícios físicos e de reeducação alimentar para melhorar a saúde, coordenado pelo preparador físico Marcio Atalla. “A ideia de escolher o Ronaldo veio, principalmente, para mostrar que as pessoas não podem se acomodar. Você pode ter feito atividade física a vida inteira, mas se parar e adotar uma vida sedentária, seu corpo vai sentir e responder a isso”, explica Atalla.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Amplamente alardeadas, as suspeitas recaem sobre duas substâncias, o asbesto e a dioxina. O primeiro é uma fibra natural extraída de um tipo de rocha que tem o amianto como uma das suas variedades. Ele — diz o e-mail — seria adicionado aos absorventes internos para elevar propositadamente o volume de sangue durante a menstruação. E isso interessaria diretamente aos fabricantes por um motivo óbvio: o aumento do consumo.
Já a dioxina, que, segundo a notícia espalhafatosa, é uma substância tóxica produzida durante o sangramento, afetaria o sistema imunológico e reprodutivo. Para as mulheres, os riscos seriam endometriose e até mesmo câncer. Já seus parceiros estariam sujeitos a uma baixa na produção de espermatozóides. Acompanhe o raciocínio do e-mail: se o próprio organismo feminino produz a tal dioxina, o contato do tampão com a mucosa vaginal, sobretudo se for prolongado, contribuiria mais para a chamada síndrome do choque tóxico, um problema potencialmente fatal, sinalizado por febre, diarréia e tontura.
O que há de verdade nessa história?
Os principais fabricantes de absorventes internos esclarecem que o asbesto não entra na composição dos seus produtos. Quanto à dioxina, ela simplesmente não tem nenhuma relação com o fluxo menstrual. O composto provém da degradação de produtos que contêm cloro. De onde, então, teria surgido essa desconfiança?
Os especialistas arriscam uma hipótese: a matéria-prima dos absorventes são as fibras de celulose da polpa da madeira, que, nos anos de 1950, quando eles foram introduzidos no mercado, passavam por um sistema de branqueamento em que era usado o gás de cloro — este, sim, de fato perigoso. Ocorre que essa etapa deixou de fazer parte, há muito tempo, do processo industrial.
SAÚDE! também ouviu renomados especialistas. Todos sem exceção saíram em defesa dos tampões higiênicos. "Essas denúncias não têm o menor fundamento", garante o ginecologista e obstetra Thomaz Gollop, que é professor da Universidade de São Paulo. "O tampão simplesmente absorve o fluxo menstrual sem interferir na quantidade do sangue expelido", completa Soubhi Kahhale, coordenador do Departamento de Ginecologia do Hospital São Luiz, em São Paulo.
O ginecologista Arthur Campos da Paz, do Rio de Janeiro, concorda com os colegas. "Minhas pacientes nunca apresentaram nenhum dos problemas relatados", diz. Outro que se recusa a dar importância ao conteúdo da mensagem é o ginecologista Claudio Basbaum, que também é obstetra do Hospital São Luiz, em São Paulo. "AAssociação Médica Brasileira jamais se pronunciou sobre o assunto, o que certamente aconteceria se houvesse algum fundamento."
A repercussão do e-mail não foi grande apenas no Brasil. No exterior a mensagem também causou alvoroço, a ponto de um órgão oficial dos Estados Unidos, a rigorosíssima FDA, que controla a venda de remédios e alimentos, preparar um documento desmentindo seu conteúdo. Em resumo, a agência americana assegura categoricamente que as evidências científicas não sustentam os rumores. Além disso, confirma que o processo de branqueamento da celulose usada na fabricação dos absorventes não envolve cloro há muito tempo.
Ainda segundo o órgão americano, testes que poderiam detectar qualquer traço de dioxina, realizados em diversas marcas de absorventes internos, não acusaram vestígios desse composto. Sobre os asbestos, a FDA atesta que eles não entram na fórmula industrial de tampões de nenhum grande fabricante e que esses produtos estão sujeitos a inspeções feitas regularmente. A conclusão do documento é de que os absorventes internos não oferecem risco à saúde da mulher.
Então, mulheres, ignorem a notícia alarmista e use os tampões sem medo, mas tomando certos cuidados para evitar outros problemas. "Eles devem ser trocados com freqüência", aconselha Thomaz Gollop. "Nunca se deve esperar mais do que seis horas para fazer a substituição", especifica Claudio Basbaum. Isso porque o sangue é um meio favorável ao desenvolvimento de microorganismos que podem provocar contaminações.
Aliás, caso haja alguma infecção vaginal, é mais prudente passar longe dos absorventes internos — mas, claro, a última palavra é do especialista. "Os absorventes externos também podem propiciar esse tipo de problema", pondera o ginecologista Soubhi Kahhale. "Eles abafam a vagina, o que também cria um ambiente favorável a fungos e bactérias", diz. "Além disso, o material usado na sua fabricação às vezes provoca irritação na mucosa local e aí, muitas vezes, é até melhor recorrer ao tampão."

domingo, 23 de setembro de 2012

Os especialistas costumam classificar as tais infecções fúngicas em superficiais ou profundas. As primeiras são endêmicas, isto é, ocorrem quando as condições ambientais — calor, umidade, pouca luz e presença de matéria orgânica — favorecem o crescimento de fungos. Já as micoses profundas, em geral oportunistas, acometem pessoas que apresentam grave deficiência imunológica. É o caso de pacientes de câncer, aids ou os internados em unidades de terapia intensiva, alvos fáceis de microorganismos que podem invadir órgãos internos e causar altos índices de mortalidade. “Em média os óbitos chegam a 40%, mas, nos casos mais graves, 70% dos infectados acabam morrendo”, revela a infectologista Maria Luiza Moretti, professora da Universidade de Campinas, no interior paulista. Segundo ela, essas infecções invasivas vêm aumentando nos últimos anos, fruto paradoxal da eficácia da Medicina no tratamento de doenças graves. Explica-se: a maior sobrevida e o tempo prolongado em ambiente hospitalar elevam o risco de infecções. Felizmente têm surgido novos medicamentos antifúngicos que tendem a reduzir o número de vítimas fatais.
As micoses superficiais — que atingem pele e unhas — em geral não trazem maiores riscos para a saúde da imensa maioria da população. O que não quer dizer que dispensem atenção. “Elas comprometem a qualidade de vida e devem, sim, ser tratadas”, enfatiza Maria Luiza.
Uma micose começa como um problema estético que, de imediato, afeta a vida social. Coceira, inflamação ou escamação da pele e deformação nas unhas são sintomas comuns. Se não for tratada adequadamente, pode ficar bastante incômoda e dolorosa. Nos pés, por exemplo, são a porta de entrada para infecções bacterianas, o que piora o quadro. O desconforto chega a interferir no andar, causando problemas ortopédicos. Os diabéticos devem ter um cuidado especial, pois são particularmente suscetíveis a ferimentos e infecções graves.
Para descartar a possibilidade de alergias e até hanseníase, o primeiro passo é procurar um dermatologista, que deve colher material para exame micológico. “Só assim será possível identificar com segurança o tipo de fungo e prescrever o tratamento mais eficaz”, afirma a dermatologista Carmélia Reis, chefe do Laboratório de Micologia do Hospital Universitário de Brasília. Nem pense em automedicação. Em geral é desastrosa, pois o bicho fica mais resistente, o que dificulta a cura. Alguns tipos de micose são tratados em poucos dias com o uso de cremes antifúngicos. Porém, certos fungos, especialmente os que afetam as unhas, são duros na queda. O tratamento é via oral — longo e caro, infelizmente.
Um batalhão de soldados estrategicamente posicionados e organizados para barrar qualquer invasor que possa provocar problemas. Assim é a flora vaginal. Nesse caso, o exército é formado por micro-organismos que devem estar em perfeito equilíbrio entre si para conseguir manter a vagina, a vulva e os órgãos próximos delas - a bexiga, o útero e as trompas - a salvo da ação de inimigos que, diante de qualquer descuido, causam diversos males. Alguns desencadeiam sintomas leves: coceira e ardência, por exemplo. Outros, no entanto, podem levar a cenários mais graves, como infertilidade e aborto. 

A principal arma dessa tropa é a acidez. "Ela cria um ambiente desfavorável para a entrada, a sobrevivência e a proliferação de micróbios que possam originar alguma doença", explica a ginecologista Carolina Carvalho, da Universidade Federal de São Paulo. Essa característica protetora é garantida pelos chamados bacilos de Döderlein. "Eles vivem na parede da vagina e se alimentam da glicose armazenada nas células, transformando-a em ácido láctico, o que faz com que sejam considerados lactobacilos", conta o ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Além disso, a sua presença gera uma competição com os micro-organismos nocivos, fazendo com que haja menos comida para eles", acrescenta Carolina. 
No entanto, para que os lactobacilos consigam realizar essa missão com eficácia é necessário que a flora esteja em harmonia. Os especialistas já sabem quais são os fatores internos e externos que podem afetá- la. Mesmo assim, diversos estudos têm sido feitos para que possamos obter mais detalhes sobre o funcionamento dessa população e o que pode prejudicá-la. 
O mais recente deles veio da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e foi publicado na revista científica Science Translational Medicine. Lá, uma equipe de pesquisadores avaliou a flora de 32 v
oluntárias saudáveis em idade reprodutiva durante 16 semanas. A análise revelou que existem cinco grandes grupos de comunidades bacterianas na vagina, que podem mudar bastante em períodos curtos por causa de elementos como ciclo menstrual e relações sexuais. Entretanto, eles notaram que em algumas mulheres esses fatores praticamente não tiveram influência. Segundo os autores, isso pode ser um indício de que há diferenças muito grandes entre as populações que habitam a vagina de cada uma e isso pode ser um sinal da necessidade de tratamentos personalizados contra os males que ameaçam a região.

sábado, 22 de setembro de 2012

Os japoneses, há um século, já tinham conhecimento de que existia mais um sabor além de doce, salgado, azedo e amargo. Mas levou tempo até que os ocidentais assumissem que o umami tinha a quinta posição nessa lista. E, ainda assim, ninguém sai por aí ensinando as crianças a distingui-lo, como fazemos ao mostrar a diferença entre o sal e o açúcar. Para as mães, o mais importante nessa história é saber que são justamente os bebês os primeiros a tirar proveito do glutamato, presente em fartura no leite materno e responsável por estimular esse gosto extra no paladar. Em uma época em que nunca é demais insistir na importância do aleitamento no peito exclusivo até o sexto mês de vida, o umami veio se juntar aos muitos benefícios dessa prática. Isso porque recentemente se descobriu que a substância com esse sabor influencia no desenvolvimento imunológico e intestinal dos recém-nascidos. 

A boa-nova foi revelada em estudo da Universidade de São Francisco de Quito, no Equador, coordenado pelo professor Manuel Eduardo Baldeón, Ph.D. em imunologia e nutrição. O trabalho investigou a concentração de aminoácidos - provenientes da quebra de proteínas - no leite de 65 mães, entre adolescentes e adultas. As mulheres foram recrutadas nos cinco primeiros dias após o parto e participaram da análise por quatro meses. O resultado surpreendeu. Dentre os nutrientes do leite, o glutamato - produzido pelo próprio organismo - chega a alcançar 50% do total dos aminoácidos livres no alimento. E o cientista acrescentou um dado às conclusões. "A concentração da substância é mais abundante no leite das mães entre 20 e 36 anos", conta Baldeón em entrevista exclusiva a SAÚDE. "O motivo para esse fenômeno ainda não foi esclarecido, mas especula-se que ele possa ser influência do estado nutricional e do desenvolvimento biológico limitado das adolescentes em comparação com as mães adultas", ele conclui.
No mundo da medicina, o organismo masculino sempre foi o default. Durante séculos, pesquisadores o tiveram como parâmetro para a saúde do ser humano. Mas de uns anos para cá esse panorama tem se modificado. Como se de uma hora para outra tivessem descoberto o óbvio, cientistas perceberam que as diferenças entre homens e mulheres vão muito além de mamas, gogó e, claro, zona abaixo do equador. Graças a estudos cada vez mais detalhados sobre a saúde delas, os especialistas estão chegando à conclusão de que as descendentes de Eva são, em certas situações, frágeis, extremamente frágeis. 

"É que alguns hormônios femininos, como a prolactina, afetam o sistema imunológico feminino, deixando-o mais vulnerável a doenças", esclarece o psicólogo Esdras Guerreiro Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. E essa lista não é pequena. Vai de depressão a males autoimunes. 

Por outro lado, como seu corpo é constantemente maltratado pelos próprios hormônios, é ensinado, à força, a lidar melhor e reagir contra enfermidades. "Elas adoecem mais. No entanto, têm uma chance muito maior de se curar de quase qualquer problema quando comparadas aos homens", afirma Guerreiro Vasconcellos. 

Tratamentos e medicações devem ser especiais para elas? 
Em alguns casos, sim. Uma quantidade mínima de miligramas a mais ou a menos de hormônios no corpo já pode fazer uma baita diferença na saúde - ou na falta dela. Existem remédios que às vezes desregulam a produção hormonal nas mulheres, e por isso o uso de qualquer medicamento que, por um motivo ou por outro, altere esses níveis deve ser estudado com cuidado. Daí a importância de sempre conversar com o médico. Agora, tratamentos físicos, como fisioterapia, podem ser aplicados em homens e mulheres sem medo, mas tendo sempre em mente que o importante é respeitar a resistência de cada um. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

É como achar que só o sinal verde já resolveria o engarrafamento: a gente tende a pensar que o desconforto provocado pelo mau funcionamento do intestino é passageiro e pontual. Não é bem assim. A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), juntamente com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Danone, conduziu um estudo que avaliou a saúde intestinal de 3 500 mulheres. E, entre os problemas mais comuns relatados, figura a constipação, que se caracteriza pela baixa frequência de evacuação, dor abdominal e fezes ressecadas. "O normal é ir ao banheiro entre três vezes por dia e três na semana", dá um parâmetro o coloproctologista Antônio Lacerda Filho, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. 

Se não é o caso de se preocupar além da conta quando o intestino não funciona todo santo dia, também não vale se juntar aos 45% das participantes do estudo - elas acham que a constipação não é doença e se resolve sozinha. "As consequências vão desde perda de concentração até alterações de humor", garante o gastroenterologista Flávio Quilici, professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no interior de São Paulo. "Quando não é tratada direito, a prisão de ventre pode levar ao empedramento das fezes, incontinência anal e infecção urinária", completa Lacerda Filho. Outro consenso médico é que a síndrome do intestino preguiçoso tem preferência pelas mais jovens. "Isso porque os altos níveis de hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona, lentificam a atividade intestinal", justifica a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo. 

De qualquer modo, o alerta vale para homens e mulheres: assim que o problema for percebido, deve ser acompanhado por um especialista. Até porque a tendência é piorar com a idade, quando os músculos intestinais perdem a força necessária para impulsionar as fezes. Para facilitar o trânsito ali, apele para as recomendações do novo guia de prevenção e tratamento de constipação, da Fundação Espanhola do Aparelho Digestivo.